*Matéria escrita por Giovanna Montanhan e publicada na AGEMT - Agência Maurício Tragtenberg. *
No penúltimo dia de desfiles, foram a vez dessas marcas dominarem as passarelas: TG Botanical (marca ucraniana, que visa ampliar o conceito de moda relacionando-a com tecnologia e natureza); Munthe; Gestuz; The Royal Danish Academy; Mark Kenly Domino Tan; Helmstedt (marca alemã, com produção sob demanda em prol da sustentabilidade); Deadwood; Rotate e a tão esperada Ganni.
A Ganni é uma marca escandinava comprada pelo casal Ditte e Nicolaj Reffstrup, que reestruturaram a grife. Os novos donos fizeram questão de frisar que não se identificam com o título de ‘’marca sustentável’’, pois alegam que no cerne da moda há um estímulo à novidade e ao consumo, o que se traduz como uma contradição significativa com o conceito de sustentabilidade, mas afirmam estarem comprometidos com uma meta absoluta de redução de carbono de 50% até 2027. E se antes o foco estava em peças de cashmere, agora está em refletir o estilo escandinavo e nórdico, porém com uma abordagem moderna, vibrante e atual, além de ser a queridinha das it-girls como, por exemplo, da modelo Kendall Jenner.
Ganni na passarela. - Reprodução: James Cochrane
A responsável por encerrar a Semana de Moda de Copenhague foi a escandinávia Fine Chaos – fundada por Marc C. Møllerskov, que tem como público-alvo a geração Y (nascidos entre as décadas de 80 e 90), além de desafiar as normas sociais por meio da expressão artística ao criar roupas sem gênero diretamente para as minorias da sociedade, e estar sempre em constante busca por maneiras de reduzir o impacto ambiental durante toda a produção, que conta com apenas de 40 a 60 peças por item.
Algumas personalidades brasileiras compareceram ao evento, entre elas a influenciadora Livia Nunes Marques, que em entrevista a Glamour, falou sobre suas impressões: ‘’nessa temporada há uma presença forte de roupas com texturas, que costuma ser o ponto de partida de qualquer look. O jeans também é uma aposta como full look. Além disso, a estética dos anos 2010 segue com tudo, dada a sua adesão de tendências como pops de neon, blazers em abundância (embora desta vez oversized e despojados)’’.
É inegável que a indústria da moda é a segunda mais poluente do mundo, e que ainda de acordo com o blog da Lilian Pacce, ‘’os eventos em torno de uma semana de moda emitem uma grande quantidade de CO2, relativa a passagens áreas, comidas servidas, energia, deslocamentos etc. ‘’
Por esse motivo a Semana de Moda de Copenhague deve ser celebrada, por fornecer enfoque a marcas amigáveis ao meio ambiente, contrastando com outros eventos que acontecem anualmente em Nova Iorque, Londres, Paris ou Milão, e que recebem até mais reconhecimento que o da cidade escandinava.
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